sexta-feira, 3 de setembro de 2010

A FORÇA DO PERDÃO

“Perdoar é tomar um banho de amor; é lavar as amarras da mágoa, rancor e raivas acumulados na mente e no coração humanos.”

Rangel, jovem de 18 anos, cometeu um crime violento em sua cidade. Só ele sabia. Para não ser descoberto, fugiu para um deserto e ali viveu isolado de tudo e de todos por um longo período. Tinha vontade de voltar á sua cidade, rever a todos e matar a saudade, mas o sentimento de culpa pelo crime não lhe permitia. Após muito tempo, deparou com uma senhora sábia que passeava pelo deserto. Ele tomou coragem, aproximou-se e contou a dor da sua alma a essa mulher. Ela, sabiamente, o escutou. No final perguntou: Estou com sede. Existe água aqui no deserto?” O jovem respondeu: “Sim, mas fica num poço bem fundo. Para ter acesso a ela, é preciso descer por uma corda e beber a água. Depois eu ajudarei a senhora a subir”. Assim fizeram. Foram até o poço, a senhora desceu e bebeu a água. O jovem começou a puxar a corda com muita força, mas não conseguia tirar a mulher do poço. Preocupado, olhou e percebeu que a mulher estava segurando firmemente numa pedra que estava bem no fundo. Ele gritou lá do alto: “Solte-se da pedra, pois somente assim conseguirei ajudar a senhora a subir”. Ela soltou e subiu facilmente com a ajuda do jovem. Ao chegar ao alto, a senhora olhou para o jovem e disse: “Solte-se da pedra, aí eu poderei ajuda-lo a subir na vida. Desamarre-se do seu passado e eu poderei ajudá-lo a voltar para a sua cidade e se relacionar com as pessoas. A única pessoa que o está segurando e solando é você, com seu pensamento focado no passado”.

O que é a força do perdão?
Força é poder, energia, vitalidade, explosão e abertura. É um recurso que todo ser humano possui. É a força maior a energia do amor.

Perdão é perder, soltar, abrir mão e desarmar. É a força de perder....

A força do perdão é a arma dos poderosos, dos sábios, dos inteligentes, dos que querem se manter saudáveis física, emocional e mentalmente. Perdoar é usar a força da alma, da energia psíquica, e soltar tudo o que sufoca o brilho interno de uma pessoa. Perdoar é a capacidade de tirar todas as vendas que encobrem a luz que brilha na mente do ser humano.

Foco do perdão.
O perdão tem dois focos: um exterior e um interior.

O foco exterior é a habilidade de desarmar-se diante do outro que fez algo que fechou ou sufocou o sentido da minha vida. É como uma mãe que escolhe continuar a amar o filho, depois de este ter assassinado o pai. Ela só consegue perdoar se o amor for maior. É a escolha de abrir mão da venda da morte para olhar para a vida do filho, á luz do amor. É a capacidade de uma filha perdoar ao pai que a estuprou, porque escolhe continuar a ter um vinculo de amor com o pai, ao invés de manter um vinculo de rancor e ódio.

O foco interiro é o autoperdão. É uma permissão para mudar a condição de vítima para de herói. Ou seja, não nos perdoar por algo feito é nos manter na postura de vítimas, de culpados, de “coitadinhos”, de fracos, esperando alguém chegar junto ao poço, mas sem nos soltar da pedra. O herói está dentro de nós e consiste na habilidade de usarmos nossa força interior, nosso brilho maior, e nos desamarrar. É deixar cair a máscara que nos sufoca, nos magoa e nos deixa travados no estado de culpa.

Facilmente as pessoas perdoam aos outros pelo que fizeram, mais a maior dificuldade é o autoperdão ou o perdão psicológico/emocional. O perdão emocional é saber sair do estado de culpa e passar para o aprendizado. Aprender com o fato é ter uma visão da vida maior do que o fato limitado que ocorreu. É por-se na condição de aprendiz; é aprender com os fatos. Não (se) perdoar é pôr-se na condição do perfeccionista que não aceita os limites da vida e não quer crescer, mas sim, focar como vitima para todos terem dó. Quem não (se) perdoa quer que todos o ajudem a sair do poço, mas sem se soltar da pedra.

Conseqüência do não perdão
O não perdão envolve segurar, prender, grudar, sufocar. Isso sempre acontece no nível do pensamento e tem profunda repercussão em nossos sentimentos, em nosso físico e nas relações interpessoais.

Internamente essa condição gera um estresse químico que repercute no nosso físico. O pensamento fixo num fato passado negativo e a atitude de ficar remoendo geram depressão, dor de cabeça, dores na coluna, fibromialgia, ulceras, hipertensão, intestino preso, alteração da pressão, alergias, sma...

Além do sofrimento emocional e físico, o não perdoar traz dor ás relações interpessoais. Distanciamo-nos das pessoas que amamos, daqueles com quem temos vínculos mais próximos: amigos, familiares, colegas de trabalho... um vínculo rompido é como um braço cortado que fica sangrando e lentamente vai morrendo.

Benefícios do perdão.
O perdão gera bem estar espiritual, lucidez de pensamento, brilho emocional, saúde física e alegria de conviver com as pessoas.

“O perdão possibilita o processo civilizatório da humanidade”, diz o teólogo Passos. O bispo africano Desmond Tutu afirma: “O perdão é uma necessidade absoluta para a continuidade da existência humana”.

O perdão é uma decisão; é uma escolha de mudança de significado emocional. Uma decisão de passar de vítima para herói. Uma postura de passar da culpa para o aprendizado. Perdoar é um processo de aprendizagem. Precisamos aprender a perdoar. Isso é um desafio, o sábio desafio de aprender a lavar a alma, a mente e o coração, mantendo as portas abertas para as relações interpessoais.

Catequese como escola de perdão para catequistas e catequizandos, que desafio!

Catequese como aprendizado de perdão, que missão.
Perdoar é estar no controle, é ser o líder da própria vida. Jesus, na cruz, olhou para as atitudes das pessoas e escolheu estar no controle da sua vida, dizendo: “Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem!” (Lc 23, 34). Foi uma atitude e uma escolha de Jesus, pois o seu amor é maior do que os atos limitados da humanidade.

Isto é escolha: pôr o amor acima das limitações existentes na vida.

domingo, 29 de agosto de 2010

PARA REFLETIR

Nós bebemos demais, gastamos sem critérios. Dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e raramente estamos com Deus.

Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores.

Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos freqüentemente.

Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos.

Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio.

Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores.

Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo, mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas realizamos menos..

Aprendemos a nos apressar e não, a esperar.

Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos cada vez menos.

Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta; do homem grande de caráter pequeno; lucros acentuados e relações vazias.

Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados.

Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e daspílulas 'mágicas'.

Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na dispensa.

Uma era que leva essa carta a você, e uma era que te permite dividir essa reflexão ou simplesmente clicar 'delete'.

Lembre-se de ficar mais tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão aqui para sempre.

Lembre-se dar um abraço carinhoso em seus pais, num amigo, pois não lhe custa um centavo sequer.

Lembre-se de dizer 'eu te amo' à sua companheira(o) e às pessoas que ama, mas, em primeiro lugar, se ame... se ame muito.

Um beijo e um abraço curam a dor, quando vêm de lá de dentro. Por isso, valorize sua familia e as pessoas que estão ao seu lado, sempre.

( George Carlin )