sábado, 28 de agosto de 2010

Maria no documento de Aparecida - Parte 1

Apresentamos aqui uma síntese simplificada dos principais textos sobre Maria na Quinta Conferência dos Bispos da América Latina e Caribe, que aconteceu em Aparecida, em 2007. Os subtítulos são nossos, bem como a aproximação de temas semelhantes. É importante conhecer este documento, que orienta a caminhada da Igreja em nosso continente.

Introdução

Com a luz do Senhor ressuscitado e com a força do Espírito Santo, nós os bispos da América nos reunimos em Aparecida, Brasil, para celebrar a V Conferência Geral do Episcopado Latino Americano e do Caribe (…) Maria , Mãe de Jesus Cristo e de seus discípulos, tem estado muito perto de nós, tem-nos acolhido, tem cuidado de nós e de nossos trabalhos, amparando-nos, como a João Diego e a nossos povos, na dobra de seu manto, sob sua maternal proteção. Temos pedido a ela, como mãe, perfeita discípula e pedagoga da evangelização, que nos ensine a ser filhos em seu Filho e a fazer o que Ele nos disser (cf. Jo 2,5).

(141) Maria é a imagem da conformação ao projeto trinitário que se cumpre em Cristo. Ela nos recorda que a beleza do ser humano está toda no vínculo do amor com a Trindade, e que a plenitude de nossa liberdade está na resposta positiva que lhe damos.

 
Leitura de Cenário: A religiosidade popular

(18) Em nossa cultura latino-americana e caribenha conhecemos o papel que a religiosidade popular desempenha, especialmente a devoção mariana, contribuindo para nos tornar mais conscientes de nossa comum condição de filhos de Deus e de nossa comum dignidade perante seus olhos.

(43) O Valor incomparável do ânimo mariano de nossa religiosidade popular reside em fundir as histórias latino-americanas diversas na mesma história compartilhada, que conduz a Cristo, Senhor da vida, em quem se realiza a plenitude da vocação humana.


Devoção Popular e Maria

(261) A piedade popular penetra a existência pessoal de cada fiel. Nos diferentes momentos da luta cotidiana, muitos recorrem a algum pequeno sinal do amor de Deus: (..) um rosário, (..) um olhar a uma imagem querida de Maria...

(262) A fé encarnada na cultura pode penetrar cada vez mais nos nossos povos, se valorizarmos positivamente o que o Espírito Santo já semeou ali.

(262b) A piedade popular é um ponto de partida para conseguir que a fé do povo amadureça e se faça mais fecunda. É preciso ser sensível a ela, saber perceber suas dimensões interiores e seus valores inegáveis. É necessário evangelizá-la ou purificá-la, assumindo sua riqueza evangélica.

(262c) Desejamos que todos, reconhecendo o testemunho de Maria e dos santos, procurem imitá-los. Trata-se de intensificar o contato com a Bíblia, a participação nos sacramentos e o serviço do amor solidário. Assim se aproveitará o rico potencial de santidade e de justiça social que há na mística popular.

(265) Nossos povos, com sua religiosidade característica se agarram no imenso amor que Deus tem por eles e que lhes recorda permanentemente sua própria dignidade. Também encontram a ternura e o amor de Deus no rosto de Maria. Nela vem refletida a mensagem essencial do Evangelho.

Nossa Mãe querida, desde o santuário de Guadalupe, faz sentir a seus filhos menores que eles estão na dobra de seu manto. Agora, desde Aparecida, convida-os a lançar as redes ao mundo, para tirar do anonimato aqueles que estão submersos no esquecimento e aproximá-los da luz da fé. Ela, reunindo os filhos, integra nossos povos ao redor de Jesus Cristo.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

OS VALORES EM NOSSA VIDA

O jovem tem valor quando valoriza sua vida, sua história, sua força capaz de mudar o que precisa ser mudado.

Valor é tudo o que contribui para o nosso bem e o bem dos irmãos. Deus fez o homem dotado de muitos valores.

Quando cultivo os valores que existem em mim, torno-me cada vez melhor e ajudo o muno ao meu redor a ser melhor também.

Quando uso mal algum valor, ele se transforma em antivalor.

O amor, o respeito ao ser humano, a honestidade, a coragem, são exemplos de valores.

O egoísmo, o desrespeito, a desonestidade, a covardia são exemplos de antivalores.

O QUE SÃO VALORES

Os valores podem ser transportados e guardados? Como as coisas podem ter um valor? Valor é uma coisa? Não vamos aqui falar de moedas, ou valores econômicos. Podemos nos perguntar: O que faz o dinheiro, o diamante e outro ter valor?

O que vale mais: um carro-forte cheio de dinheiro ou um carro-pipa cheio de água? Espere, não decida o final. Vamos primeiro fazer uma viagem imaginária. Você está sozinha, sem nada, perdida no deserto. Agora responda: o que vale mais o carro-forte ou o carro-pipa?

A nossa arma é poderosa. Como não podemos entrar no carro-forte, o tornamos sem valor. Aí podemos perceber que o valor não é uma “coisa”. Não podemos chegar num restaurante e pedir um quilo de valores. O valor não é algo que possa ser medido, quantificado. Então os valores dependem só do sujeito? Ou eu dou valor às coisas? Voltemos ao Saara. Você caminhou um dia inteiro num sol escaldante. Em sua mente só uma imagem: água. Repentinamente um oásis e você se atira de corpo inteiro. Triste realidade sua mente gerara uma ilusão.

A CONSCIÊNCIA DESCOBRE VALOR:

Valor não é um objeto, tampouco pura criação da mente humana, mas implica simultaneamente em algo valioso em alguém que valoriza. Uma barra de ouro, um gesto de amiga, uma pintura só tem real valor se alguém o reconhece valiosos. Os valores implicam nos dois pólos: o pólo objetivo e o pólo subjetivo; o valor em si e “valor para mim”.

O valor em si é uma qualidade valiosa de um ente. Uma qualidade não existe sozinha; é sempre qualidade de alguma coisa. Não existe o branco em si. Vemos uma folha branca, os cabelos brancos como neve. O branco não é neve nem cabelo, mas é uma qualidade que está neles e que podemos ver. Nas coisas em geral e nos atos humanos encontramos uma qualidade que chamamos de valor. Esta qualidade não é percebida por nossos cinco sentidos. As qualidades valiosas não são perceptíveis diretamente pela visão, pela audição, pelo tato, mas passam por eles. Como, então, podemos perceber os valores. Aqui é o momento de falarmos do pólo subjetivo, “valor para mim”.

O valor é sempre uma qualidade de algo. Não podemos esquecer que a consciência humana não é capaz de colocar em evidência uma qualidade nas coisas que aparentemente não se vê, não se ouve, não se sente. Este ato de construir algo valioso é próprio da consciência humana. Podemos dizer mais: um ato propriamente dito de humanização.

A valorização, o desvendar o valioso nas coisas é um modo de realização da pessoa humana. Algumas expressões comuns ajudam a esclarecer este aspecto de valorização: “isto valeu a pena!”; “isso é importantíssimo!”. Essas expressões revelam que descobrimos uma qualidade valiosa e com ela nos importamos. Importante é aquilo que me importa, que provoca em mim uma reação. Assim, valioso é percebido por uma capacidade de avaliação de nossa consciência. Não se trata de uma avaliação intelectual, matemática, mas de um sentimento: o sentimento de não indiferença.

EDUCAR PARA OS VALORES:

Diante da qualidade valiosa não ficamos indiferentes; temos uma reação; nos importamos com aquilo que descobrimos. Damos importância, porque nos importamos com aquilo que vale. Olhando para nossa experiência prática, logo percebemos que descobrir algo valioso, não se realiza por um cálculo matemático. É antes um ato de vida; um ato de decisão daquilo com que nos importamos. Os valores abrangem nossa vida inteira. Enfim, o valor é essencialmente uma questão de educação.

[Mundo Jovem, agosto/98 (132/12)]

JESUS NO DOCUMENTO DE APARECIDA (DA)

O nome de Jesus, que significa Deus salva, perpassa todas as páginas do DA. Neste espaço reduzido não podemos traçar diferentes cristologias, mas algumas pinceladas do rosto desse Jesus de Aparecida, que é Filho de Deus, Salvador, Messias, Bom Pastor e irmão nosso, encarnado, crucificado e ressuscitado, rosto humano de Deus e rosto divino do homem. Jesus Cristo, verdadeiro homem e verdadeiro Deus, com palavras e ações e com sua morte e ressurreição, inaugura no meio de nós o Reino de vida do Pai, que alcançara sua plenitude lá onde não haverá mais nem morte, nem luto, nem pranto, nem dor. O projeto de Deus é a Cidade Santa, a nova Jerusalém. Esse projeto em sua plenitude é futuro, mas já está se realizando em Jesus Cristo, o Alfa e o Omega, o Princípio e o Fim (Ap 21,6) da nossa história.

Jesus permanece fiel a seu Pai e á sua vontade. O Mistério Pascal de Jesus é o ato de obediência e amor ao Pai, e de entrega por todos seus irmãos. Diante da exclusão, Jesus defende os direitos dos fracos e a vida digna de todos ser humano. Diante das estruturas de morte, Jesus faz presente a vida plena. Por isso, cura os enfermos, expulsa os demônios e compromete os discípulos na promoção da dignidade humana e de relacionamentos sociais fundados na justiça. Ele está presente naqueles que dão testemunho de luta pela justiça, pela paz e pelo bem comum. Também o encontramos de modo especial nos pobres, aflitos e enfermos (Mt 25,37-40), que exigem nosso compromisso e nos dão testemunho de fé, paciência no sofrimento e constante luta para continuar vivendo. O encontro com Jesus Cristo através dos pobres é uma dimensão constitutiva de nossa fé em Jesus Cristo. E essa fé nos chegou através da comunidade eclesial.

Implicitamente se encontra no DA uma verdadeira teologia do encontro com Jesus. E esse encontro pessoal e comunitário tem nome: o pobre, a palavra de Deus e a Santíssima Trindade. Jesus anuncia a boa nova de Reino aos pobres e aos pecadores. Tudo o que tenha relação com Cristo tem relação com os pobres, e tudo o que está relacionado com os pobres clama por Jesus Cristo. Nele o grande se fez pequeno, o forte se fez fraco, o rico se fez pobre. A opção preferencial pelos pobres está implícita na fé cristológica naquele Deus que se fez pobre por nós, para nos enriquecer com sua pobreza (Hb 2,11-12). No Evangelho aprendemos a sublime lição de ser pobres seguindo a Jesus pobre (Lc 6, 20; 9,58), e a de anunciar o Evangelho da paz sem bolsa ou alforje, sem colocar nossa confiança no dinheiro nem no poder desde mundo (Lc 10,4ss.). Aparecida lembra a necessidade da Palavra de Deus como dom de Pai para o encontro com Jesus Cristo vivo, caminho de autêntica conversão e de renovada comunhão e solidariedade. O anuncio de Jesus sempre convoca á conversão, que nos faz participar de triunfo do Ressuscitado e inicia um caminho de transformação.

O pobre necessita do amor da comunidade missionária de uma maneira especial. Por isso, uma autêntica proposta de encontro com Jesus Cristo deve estabelecer-se sobre o sólido fundamento da Trindade-Amor, que nos permite superar o egoísmo para nos encontrarmos a plenamente no serviço para com outro. Na história do amor trinitária, Jesus de Nazaré, homem como nós e Deus conosco, morto e ressuscitado, nos é dado como Caminho, Verdade e Vida. Sua prova definitiva de amor na cruz tem o caráter de um esvaziamento radical (kénosis), porque Cristo se humilhou a si mesmo fazendo-se obediente até á morte e morte de cruz (Fl. 2,8). Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo em seu Mistério Pascal, recriou o homem. O projeto de Jesus é instaurar o Reino de seu Pai. È a oferta da vida plena para todos. Esse amor, o dom total de si, é o diferencial de cada cristão.

Identificar-se com Jesus Cristo é também compartilhar seu destino. Nossa missão é anunciar e viver esse projeto da nova criação. O discípulo missionário experimenta a necessidade de compartilhar com outros a sua alegria de ser enviado, de ir ao mundo para anunciar Jesus Cristo, morto e ressuscitado, e tornar realidade o amor e o serviço na pessoa dos mais necessitados, em uma palavra, a construir o Reino de Deus. Desejamos que a alegria que recebemos no encontro com Jesus Cristo, a quem reconhecemos como Filho de Deus encarnado e redentor, chegue a todos os homens e mulheres feridos pelas adversidades; desejamos que a alegria da boa nova do Reino de Deus, de Jesus Cristo vencedor do pecado e da morte, chegue a todos. Conhecer a Jesus Cristo pela fé é nossa alegria; segui-lo é uma graça, e transmitir este tesouro aos demais é uma tarefa que o Senhor nos confiou ao nos chamar e nos escolher. Em virtude do Batismo e da Confirmação, somos chamados a ser discípulos missionários de Jesus Cristo e entramos na comunhão trinitária. Jesus faz dos discípulos seus familiares, porque compartilha com eles a mesma vida que procede do Pai. Com nossa vocação recebemos o dom do encontro com Jesus Cristo. Não temos outra felicidade nem outra prioridade senão a de sermos instrumentos de Espírito de Deus na Igreja, para que Jesus Cristo seja encontrado, seguido, amado, adorado, anunciado e comunicado a todos.

Do encontro nasce a missão, Ao chamar os seus para que o sigam, Jesus lhes dá uma missão muita precisa: anunciar o evangelho do Reino a todas as nações (Mt 28,19; Lc 24,46-48). Por isso, todo discípulo é missionário, pois Jesus o faz partícipe de sua missão. Dos que seguem Jesus e vivem em Cristo se espera um testemunho muito crível de santidade e compromisso. Eles têm a tarefa prioritária de dar testemunho do amor a Deus e ao próximo com obras concretas. Com a força de Espírito Santo continua a missão que Jesus Cristo recebeu de seu Pai (1Pd 1,12).

Missa do 45º Aniversário das Irmãs Missionárias da Sagrada Família

PRIMEIRA PROFISSÃO RELIGIOSA DE IR. CÁTIA
Queridos Irmãos e Irmãs estivemos reunidos na Paróquia Santo Cristo dos Milagres para celebrar a  festa  dos 45 anos de nosso Instituto Religioso (IMSF) e a Profissão Temporária da então noviça: Ir. Catia Oliveira Ribeiro.

O Carisma das Irmãs Missionárias da Sagrada Família é a Evangelização das Famílias. É a Sagrada Família de Nazaré a fonte inspiradora onde Madre Mary Marcelline, nossa Fundadora, inspirada por Deus idealizou o Carisma Fundacional deste Instituto Religioso.

Coincidentemente no último dia  15 de agosto encerramos a Semana Nacional da Família e na Celebração rezamos pela caminhada de orações realizada nesta semana nas comunidades de trabalho das Irmãs Missionárias da Sagrada Família; Vila Ipiranga, Ponta d'Areia, Palmeiras e Viradouro (ambas na cidade de Niterói); Porto das Caixas (Itaboraí - RJ) e Riachinho (MG). Rezemos também por todas as Famílias do mundo  e principalmente nossos familiares e os famílias presentes na celebração. Acolhemos com alegria pelas mãos dos familiares de Ir. Cátia a imagem da Sagrada Família de Nazaré, fonte e origem do nosso Carisma, e através de Ir. Maria Aparecida Martins o quadro de nossa Fundadora, Madre Mary Marcelline.