As famílias que conhecemos hoje são todas formadas por pai, mãe e filhos, que têm o mesmo sangue? Que vivem na mesma casa?
Cada
vez mais sabemos de famílias sem pai ou sem mãe e outras sem filhos. Há
famílias com filhos adotados, que não têm o mesmo sangue. Há famílias que não
moram na mesma casa, porque os filhos estudam fora. Há pais e mães que moram na
mesma casa, mas os horários de trabalho ou estudo não coincidem e, por isso,
raramente se encontram. Há pais que, buscando melhores condições de emprego,
acabam se ausentando muitos dias da família e até migrando para longe de sua
realidade.
Uma
compreensão ampla de família nos é dada por uma expressão bem conhecida: célula
fundamental da sociedade. Assim explica o compêndio do Catecismo: “A
família é a célula originária da sociedade humana e antecede qualquer
reconhecimento por parte da autoridade pública. Os princípios e os valores
familiares constituem o fundamento da vida social. A vida em família é uma
iniciação à vida da sociedade” (458).
“Através
da comunhão de pessoas, que se realiza no matrimônio, o homem e a mulher dão
início à família. A família é realmente uma comunidade de pessoas, para quem o
modo próprio de existirem e viverem juntas é a comunhão. Ela é concebida como
comunidade de vida humana, como comunidade de pessoas unidas no amor” (João
Paulo II, Carta às Famílias).
Há
três níveis de laços familiares, todos com o mesmo grau de importância, porém,
formados por diferentes tipos de laços. A primeira família, ou melhor, a
família nuclear, é formada pelos nossos pais e irmãos que, por sua vez,
está dentro de uma família maior que é a família parental, onde estão os
nossos avós, tios e primos (parentes), e, por último, uma família ainda maior
chamada humanidade, porque somos todos filhos de um mesmo Pai. A família
é o primeiro espaço do amor constituído por Deus.
A
família é a nossa primeira escola. Lá aprendemos a viver em comunhão, a
partilhar, a obedecer, a agradecer, a respeitar as nossas diferenças, a dar
atenção aos idosos e enfermos. Descobrimos a aceitação uns dos outros e assim
formamos a união familiar. Aprendemos também a pedir perdão e a viver os
valores humanos, que na maior parte das vezes são valores religiosos: a
capacidade de amar, de conhecer a Deus e comunicar-se com ele e com toda a
criação.
É
na família que se aprende a ter uma liberdade responsável, desenvolvendo espírito
crítico, de compromisso, solidariedade e diálogo. É a família que oferece
condições mínimas de sobrevivência ao ser humano: moradia, alimentação, saúde,
educação, segurança e trabalho.
Deus
quis ter uma família, preparou a família de Nazaré para ser sua casa e assim
deixou esse modelo de família com os valores fundamentais de fidelidade, oração
e trabalho (cf. Lc 1 e 2; 8, 19-21) (cf. Catecismo, 533).
O
que faz a família não é o sangue, nem mesmo a desejável proximidade física, mas
o amor verdadeiro, que vence as distâncias e supera dificuldades. Diante
de tudo isso e da realidade que nos cerca, podemos dizer:
1º.
A
família é criação de Deus em vista do bem de cada um e o desenvolvimento de
toda humanidade. Ela é, portanto, uma verdadeira bênção para a sociedade, para a
Igreja, para todos nós;
2º.
A
família é o primeiro e principal espaço de formação humana (personalidade e
valores);
3º.
Nenhuma
instituição substitui o valor da família;
4º.
Diante
das experiências negativas e dolorosas que encontramos em muitos contextos
familiares, o procedimento correto é empenhar-se para encontrar as suas causas
e, consequentes soluções;
5º.
A
constituição de uma boa família exige que a pessoa cultive verdadeiros valores
como: o diálogo, o amor, a verdade, a fidelidade, o respeito, a prudência, a
paciência, etc.;
6º.
Numa
família, todos tem sua parcela de responsabilidade (cf. Cl 3, 18-21);
PARÁBOLAS DOS NOSSOS DIAS: A Fábula do Porco-espinho
Durante a era
glacial, muitos animais morriam por causa do frio.
Os porcos-espinhos, percebendo
a situação, resolveram se juntar em grupos, assim se agasalhavam e se protegiam
mutuamente, mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos,
justamente os que ofereciam mais calor.
Por isso decidiram se
afastar uns dos outros e começaram de novo a morrer congelados.
Então precisaram
fazer uma escolha: ou desapareciam da Terra ou aceitavam os espinhos dos
companheiros.
Com sabedoria,
decidiram voltar a ficar juntos.
Aprenderam assim a
conviver com as pequenas feridas que a relação com uma pessoa muito próxima
podia causar, já que o mais importante era o calor do outro.
E assim sobreviveram.
Autor: desconhecido.
Moral da História:
O melhor relacionamento não é aquele
que une pessoas perfeitas, mas aquele onde cada um aprende a conviver com os
defeitos do outro, e a valorizar suas qualidades.
PARA REZAR: Oração da família
Senhor, nosso Pai, Tu quiseste que o Teu Filho nascesse
e crescesse no seio de uma família como
as outras. Assim, ao longo de uma vida
simples, Ele aprendeu, pouco a pouco
de José e de Maria a tornar se adulto e a descobrir a sua missão. Por
isso, Senhor, nosso Pai, nós te pedimos
que as famílias de hoje sejam fortes,
estáveis e vivam em harmonia. Pai, tu que
és Todo Ternura, concede às famílias
feridas pela doença, o luto, a divisão ou
a ruptura, a coragem de continuarem a
crescer e a esperar em Ti, sem nunca perderem a confiança. Amém.
(Cardeal G. Dannels, Bélgica)
PARA
REFLETIR
A)
Destaque
no texto as palavras chaves ou valores que não podem faltar na família.
B)
Sugestões de músicas para ouvir e rezar: Sagrada
Família – Banda Louvor e Glória; Oração pela família – Pe. Zezinho; Família –
Vera Lúcia; Família – Fábio Jr.
C)
Sugestão
de filme: Os seus, os meus, os nossos; A família Belier; De repente uma
família; Jesus, a história do nascimento; A estrela de Belém.
D)
Sugestões
de textos para oração: Dt 5,16; Eclo 3,3-7; Lc 2,41-52; 6,36-48; Cl 3,12-21
E)
O perdão e a gratidão são remédios para a alma e o
corpo e cura muitas feridas. Se recolha em silêncio e oração, faça
uma prece de gratidão pela vida e por sua família e logo depois uma outra prece
de perdão e reconciliação consigo mesma e com sua família.