sexta-feira, 23 de março de 2012

RELAÇÕES INTERPESSOAIS NA FAMÍLIA - ENCONTRO


1.      Base teórica
Abordagem Centrada no Cliente, preconizada por Carl R. Rogers. Essa abordagem tem suas bases na psicologia humanista, a qual concebe o ser humano como um ser em busca e construção de si mesmo, cuja natureza continuamente se desvela e exprime no realizar de suas potencialidades e na atualização de seu potencial. Só se é pessoa, se é realmente humano, no autêntico, livre e integrado ato de se desenvolver. Assim sendo, a natureza humana não é estática, ela possui uma fluidez que há leva/ lança ao crescimento num movimento contínuo de sair de si, de projetar-se, um devir, um incessante tornar-se, um contínuo processo de vir a ser.
O processo terapêutico a partir dessa visão tem como objetivo levar a pessoa a ser ela mesma: propiciar ao cliente a conquista de uma existência mais autêntica, autoconsciente, transparente, espontânea, congruente, natural, verdadeira... a ênfase está na saúde e não na doença. Assim todo processo terapêutico bem sucedido propiciará ao cliente uma aprendizagem ampla e profunda, significativa e por isso, libertadora e curativa.
Para Rogers, a terapia é um processo, uma coisa-em-si, uma experiência, um relacionamento, uma dinâmica.

2.      Condições necessárias e suficientes para uma relação autêntica
·         Aceitação incondicional – ouvir o outro(a) sem julgamentos, acolhê-lo como ser humano, que é anterior a qualquer erro que tenha ou venha a cometer...
·         Empatia – compreender o outro a partir de seus sentimentos de sua perspectiva íntima...
·         Congruência – estar integrada na relação com o outro(a)
·         Autenticidade – abandono de toda artificialidade pessoal ou profissional, quaisquer manobras ou posturas, e ser “eu” mesmo(a).

3.      Interação verbal e subverbal
A interação subverbal, é uma procura de um processo mais profundo e amplo do sentimento no indivíduo, a cada momento que corre, portanto, essa interação não é uma desistência da interação verbal, pois as palavras são apenas simbolizações de uma vivência mais profunda.

DINÂMICA 1 – Tocando em frente (amizade e fraternidade)
“A coisa não está nem na chegada nem na partida; está na travessia” (Guimarães Rosa).
Objetivos:
·         Refletir sobre a vida: nossos objetivos, sonhos e expectativas;
·         Exercitar as condições necessárias e suficientes;
·         Fortalecer o vínculo fraterno.

Materiais:
·         Aparelho de som
·         Música “Tocando em frente” (de Almir Sater)

Passo a Passo
1.      Ao som da música “Tocando em frente”, o animador pede que o grupo caminhe aleatoriamente pela sala.
2.      Em seguida, os participantes devem se sentar num canto da sala e responder às seguintes perguntas:
·         Quem sou eu?
·         O que quero?
·         O que penso?
·         Para onde pretendo ir?
·         Como estou me sentindo neste momento?
·         Qual o meu objetivo de vida?
3.      Depois, o animador solicita que eles escolham alguém para partilhar o que foi anotado (escolher alguém para te ouvir). Em seguida, faz-se um gesto de carinho (abraço, beijo, aberto de mão). É importante lembrar que o toque é fundamental em nossa vida, pois gera afeto e felicidade.
4.      PARTILHA: como foi ouvir/ ser escolhida para ouvir? Me senti ouvida, acolhida, compreendida?
“A amizade é um sentimento que nasce por si, a fraternidade é uma escolha que se faz livremente, a partir de alguns elementos que nos são comuns: vocação, ideais evangélicos, carisma, vontade de viver os mesmos valores... Portanto, numa fraternidade não se espera que as coisas aconteçam espontaneamente, senão que se deve buscar conscientemente o que se quer construir. Assim, na comunidade, provavelmente teremos de fazer algum esforço para sermos mais delicadas umas com as outras, mais atenciosas, mais cuidadosas, mais ternas, mais doces nas nossas palavras, gestos e atitudes... coisas que numa amizade, não requerem esforço consciente!” (p. 140 – A caminho da XXII AGE: reflexão e estudo – CRB).

DINAMICA 2:  Corrente da vida (construir relacionamentos a partir do humano)

Objetivo
·         Compreender a importância do próximo em nossa vida.

Materiais
·         Rolos de barbantes de várias cores

Passo a passo
1.      Turma disposta em círculo. O animador passa o rolo de barbante para os participantes e cada um corta um pedaço do tamanho que desejar. (Pode-se alternar as cores).
2.      Em seguida, pede que uma pessoa amarre as pontas de seu barbante, formando um círculo. A próxima faz a mesma coisa, porém une o seu ao anterior, formando um elo. A seguinte faz a mesma coisa até chegar ao último participante.
3.      No final, percebe-se que foi formada uma corrente – os elos de uma grande aliança.
4.      Momento de reflexão: “qual a importância da aliança?”, “Por que temos partes grandes, médias, pequenas e de cores diferentes?”.
5.      CONCLUSÃO: “Parece que o ser humano, quando entra num relacionamento pessoal com alguém, no fundo, o que ele busca é uma oportunidade de crescimento em todos os aspectos. Compreende-se, assim, porque certas atitudes são fundamentais para tecermos relacionamentos genuinamente humanos e saudáveis, como afeto, ternura, delicadeza, compreensão, ajuda, acolhida, aceitação, caridade e assim por diante. Compreende-se também que tais relacionamentos exigem investimento de atitudes e de tempo a fim de que se propiciem condições para tanto. E então teremos ambientes onde verdadeiramente acolhemos e somos acolhidos, amamos e somos amados, valorizamos e somos valorizados... a grande deficiência que se constata, neste sentido, é que nenhuma pessoa pode se construir (edificar) enquanto ser humano se lhe forem negadas as condições básicas e necessarias de se sentir protegida, acolhida, amada e, especialmente, cuidada. Segundo Boff, L.(2000), cuidar é atuar sobre o poder de existir, é possibilitar a libertação das capacidades de cada ser humano para existir, para viver, é, definitivamente, uma forma de promover a vida. Cuidar é, na realidade, uma atitude de atenção, zelo, preocupação, ocupação, responsabilização e de envolvimento afetivo com o outro...”(p.137-139 – A caminho da XXII AGE: reflexão e estudo – CRB).