1.
Base
teórica
Abordagem Centrada no Cliente, preconizada por
Carl R. Rogers. Essa abordagem tem suas bases na psicologia humanista, a qual
concebe o ser humano como um ser em busca e construção de si mesmo, cuja
natureza continuamente se desvela e exprime no realizar de suas potencialidades
e na atualização de seu potencial. Só se é pessoa, se é realmente humano, no
autêntico, livre e integrado ato de se desenvolver. Assim sendo, a natureza
humana não é estática, ela possui uma fluidez que há leva/ lança ao crescimento
num movimento contínuo de sair de si, de projetar-se, um devir, um incessante
tornar-se, um contínuo processo de vir a ser.
O processo terapêutico a partir dessa visão
tem como objetivo levar a pessoa a ser ela mesma: propiciar ao cliente a
conquista de uma existência mais autêntica, autoconsciente, transparente,
espontânea, congruente, natural, verdadeira... a ênfase está na saúde e não na
doença. Assim todo processo terapêutico bem sucedido propiciará ao cliente uma
aprendizagem ampla e profunda, significativa e por isso, libertadora e
curativa.
Para Rogers, a terapia é um processo, uma
coisa-em-si, uma experiência, um relacionamento, uma dinâmica.
2.
Condições
necessárias e suficientes para uma relação autêntica
·
Aceitação incondicional – ouvir o outro(a) sem
julgamentos, acolhê-lo como ser humano, que é anterior a qualquer erro que
tenha ou venha a cometer...
·
Empatia – compreender o outro a partir
de seus sentimentos de sua perspectiva íntima...
·
Congruência – estar integrada na relação com
o outro(a)
·
Autenticidade – abandono de toda
artificialidade pessoal ou profissional, quaisquer manobras ou posturas, e ser
“eu” mesmo(a).
3.
Interação verbal e subverbal
A
interação subverbal, é uma procura de um processo mais profundo e amplo do
sentimento no indivíduo, a cada momento que corre, portanto, essa interação não
é uma desistência da interação verbal, pois as palavras são apenas
simbolizações de uma vivência mais profunda.
DINÂMICA 1 – Tocando em frente (amizade
e fraternidade)
“A coisa não está nem na chegada
nem na partida; está na travessia” (Guimarães Rosa).
Objetivos:
·
Refletir sobre a vida: nossos objetivos,
sonhos e expectativas;
·
Exercitar as condições necessárias e
suficientes;
·
Fortalecer o vínculo fraterno.
Materiais:
·
Aparelho de som
·
Música “Tocando em frente” (de Almir
Sater)
Passo a Passo
1. Ao
som da música “Tocando em frente”, o animador pede que o grupo caminhe
aleatoriamente pela sala.
2. Em
seguida, os participantes devem se sentar num canto da sala e responder às
seguintes perguntas:
·
Quem
sou eu?
·
O
que quero?
·
O
que penso?
·
Para
onde pretendo ir?
·
Como
estou me sentindo neste momento?
·
Qual
o meu objetivo de vida?
3. Depois,
o animador solicita que eles escolham alguém para partilhar o que foi anotado
(escolher alguém para te ouvir). Em seguida, faz-se um gesto de carinho
(abraço, beijo, aberto de mão). É importante lembrar que o toque é fundamental
em nossa vida, pois gera afeto e felicidade.
4. PARTILHA:
como foi ouvir/ ser escolhida para ouvir? Me senti ouvida, acolhida,
compreendida?
“A amizade é um sentimento que
nasce por si, a fraternidade é uma escolha que se faz livremente, a partir de
alguns elementos que nos são comuns: vocação, ideais evangélicos, carisma,
vontade de viver os mesmos valores... Portanto, numa fraternidade não se espera
que as coisas aconteçam espontaneamente, senão que se deve buscar
conscientemente o que se quer construir. Assim, na comunidade, provavelmente
teremos de fazer algum esforço para sermos mais delicadas umas com as outras,
mais atenciosas, mais cuidadosas, mais ternas, mais doces nas nossas palavras,
gestos e atitudes... coisas que numa amizade, não requerem esforço consciente!”
(p. 140 – A caminho da XXII AGE: reflexão e estudo – CRB).
DINAMICA
2: Corrente da vida (construir
relacionamentos a partir do humano)
Objetivo
·
Compreender
a importância do próximo em nossa vida.
Materiais
·
Rolos
de barbantes de várias cores
Passo
a passo
1.
Turma
disposta em círculo. O animador passa o rolo de barbante para os participantes
e cada um corta um pedaço do tamanho que desejar. (Pode-se alternar as cores).
2.
Em
seguida, pede que uma pessoa amarre as pontas de seu barbante, formando um
círculo. A próxima faz a mesma coisa, porém une o seu ao anterior, formando um
elo. A seguinte faz a mesma coisa até chegar ao último participante.
3.
No
final, percebe-se que foi formada uma corrente – os elos de uma grande aliança.
4.
Momento
de reflexão: “qual a importância da aliança?”, “Por que temos partes grandes,
médias, pequenas e de cores diferentes?”.
5.
CONCLUSÃO:
“Parece que o ser humano, quando entra
num relacionamento pessoal com alguém, no fundo, o que ele busca é uma
oportunidade de crescimento em todos os aspectos. Compreende-se, assim, porque
certas atitudes são fundamentais para tecermos relacionamentos genuinamente
humanos e saudáveis, como afeto, ternura, delicadeza, compreensão, ajuda,
acolhida, aceitação, caridade e assim por diante. Compreende-se também que tais
relacionamentos exigem investimento de atitudes e de tempo a fim de que se
propiciem condições para tanto. E então teremos ambientes onde verdadeiramente
acolhemos e somos acolhidos, amamos e somos amados, valorizamos e somos
valorizados... a grande deficiência que se constata, neste sentido, é que
nenhuma pessoa pode se construir (edificar) enquanto ser humano se lhe forem
negadas as condições básicas e necessarias de se sentir protegida, acolhida,
amada e, especialmente, cuidada. Segundo Boff, L.(2000), cuidar é atuar sobre o
poder de existir, é possibilitar a libertação das capacidades de cada ser
humano para existir, para viver, é, definitivamente, uma forma de promover a
vida. Cuidar é, na realidade, uma atitude de atenção, zelo, preocupação,
ocupação, responsabilização e de envolvimento afetivo com o outro...”(p.137-139
– A caminho da XXII AGE: reflexão e estudo – CRB).