quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Discípulos e Missionários

“Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.”
(Jo 14,6)

ACOLHIDA E MOTIVAÇÃO
Preparar o ambiente com imagem de Nossa Senhora, vela e o documento da 5ª Conferência do Episcopado da América Latina e do Caribe.

Canto de entrada á escolha

A. (Animador): Reunidos na presença de Maria, em nome da Trindade - Pai e Filho e Espírito Santo, e contemplando as reflexões e propostas da 5ª Conferência do Episcopado da América Latina e do Caribe, que nos convoca ao discipulado e à missão de Jesus Cristo, vamos iniciar nossa celebração, cantando:
T. (Todos): Em nome do Pai, / em nome do Filho, / em nome do Espírito Santo, / estamos aqui. / Para louvar e agradecer, / bendizer e adorar, / te aclamar, / Deus trino de amor.

A.: Deus Pai-Mãe caminha conosco, por isso vamos celebrar a nossa caminhada, tendo como ponto de reflexão o discipulado e a missionariedade de Jesus.
T.: Queremos ver Jesus: Caminho, Verdade e Vida.

RECORDAÇÃO DA VIDA
A equipe/animador incentiva os participantes a falarem do que se lembra da 5ª Conferência do Episcopado da América Latina e do Caribe. O que ouviram falar sobre o evento se todos já conhecem o documento de Aparecida. Ou a equipe/animador prepara um pequeno resumo dando as principais informações sobre o documento e sua importância para a Igreja Latino-Americana e Caribenha.

PALAVRA DE DEUS

Canto de aclamação da Palavra de Deus
(Enquanto se canta, o animador poderá orientar uma dinâmica para que todos demonstrem seu amor à Bíblia: passá-la de mão-a-mão; levantá-la para que todos possam vê-la; fazer com que todos a beijem; incentivar para que todos tragam suas bíblias e a levantem nesse momento… ou usar de outra criatividade própria do lugar)

Leitor 1: Proclama o texto de Jo 14,1-6

REFLEXÃO
A.: O encontro vital com o Senhor nos introduz nas dimensões mais profundas da vida.
T.: Eu vim para que todos tenham vida!
A.: A utopia missionária não acabou. Temos muito a contribuir para que se tenha mais vida no planeta, e para que o ser humano seja respeitado.
T.: Somos convidados a dar uma reposta de amor a um chamado de amor.

A.: Maria de Nazaré é a primeira discípula que, desde a encarnação, gravou em seu coração o evangelho.
T.: Em Maria encontramos todas as características do discipulado: escuta amorosa e atenta, obediência à vontade do Pai e fidelidade até à Cruz.

PARTILHA
O que me diz o texto do evangelho hoje?
O que significa ser discípulo(a) missionário(a) na sua comunidade?
O como sua paróquia tem vivido o discipulado e a missionaridade?
(outras questões propostas pela equipe de animação)

Canto de animação

PRECES
A.: Peçamos por todos os sacerdotes, religiosos e religiosas, leigos e leigas, que sem medo deixaram tudo e se lançaram à missão de Evangelizar povos.
T.: Senhor, dai-nos a graça de termos sempre missionários dispostos a assumir os desafios de Evangelizar.

L1: Pelos Missionários, que estão Além-Fronteiras, para que vencendo as dificuldades consigam realizar o projeto que Deus lhes confiou. Rezemos.

L2: Que o Espírito Santo de Deus, desperte em nós o verdadeiro espírito missionário . Rezemos.

L3: Para que nossa comunidade desperte o dom da missionaridade. Rezemos.

L4: Para que sejamos cultivadores das vocações missionárias em nossas comunidades. Rezemos.

L5: Pela capacidade dos missionários em inculturar-se, dialogar e escutar seu povo. Rezemos.

Intenções livres (Concluir com a oração do Pai-Nosso; Glória ao Pai; ou outra oração própria para o momento. Lembramos que poderá ser rezada uma dezena do terço).

Canto de animação

ORAÇÃO CONCLUSIVA
A.: Vamos concluir nosso momento celebrativo, rezando a oração da 5ª Conferência do Episcopado da América Latina e do Caribe:

M. (Mulher): Senhor Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida. Rosto humano de Deus e rosto divino do homem. Acendei em nossos corações o amor ao Pai, que está no céu, e a alegria de sermos cristãos.

H. (Homem): Vinde ao nosso encontro e guiai nossos passos para servir-vos e amar-vos na comunhão de vossa Igreja, celebrando e vivendo o dom da Eucaristia, carregando nossa cruz e ungidos por vosso envio.

M: Dai-nos sempre o fogo de vosso Santo Espírito, que ilumine nossas mentes e desperte entre nós o desejo de contemplar-vos, o amor aos irmãos, sobretudo aos aflitos, e o ardor por anunciar-vos no início deste século.

H: Discípulos e missionários vossos, queremos remar mar adentro, para que nossos povos tenham em vós vida abundante, e com solidariedade construam a fraternidade e a paz.
T.: Senhor Jesus, vinde e enviai-nos! Maria, Mãe da Igreja, rogai por nós. Amém!

Canto Final

DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS - DA (Documento de Aparecida)

A partir do tema da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano “Discípulos e missionários de Jesus Cristo para que nele nossos povos tenham vida”, não surpreende que o binômio discípulos missionários apareça mais de 100 vezes no DA. A parte central do DA, a segunda parte, é dedicada á vida de Jesus Cristo nos discípulos missionários, e cada parte desse capítulo retoma o discipulado missionário sob aspecto: a alegria do ser, a vocação, a comunhão e a formação. O discípulo missionário é o sujeito geral e transversal da missão. Ele é discípulo de Jesus Cristo e missionário enviado pela comunidade eclesial para dar testemunho do amor, anunciar a chegada do Reino e assumir as tarefas prioritárias para o bem comum e a dignificação do ser humano. O discípulo missionário contempla, nos rostos sofredores de nossos irmãos, o rosto de Cristo que nos chama a servi-lo neles; como o Mestre deve anunciar o evangelho, anunciar como Boa Nova do Reino aos pobres e aos pecadores. No evangelho aprendemos a sublime lição de ser pobre seguindo a Jesus pobre (Lc 6,20; 9,58), e de anunciar o Evangelho da paz sem bolsa ou alforje.

A vocação ao discípulado missionário é con-vocação á comunhão em sua Igreja. A fé em Jesus Cristo nos chegou através da comunidade eclesial. O discipulado e a missão sempre supõem a pertença a uma comunidade. Deus não quis salvar-nos isoladamente, mas formando um povo. Discipulado e missão são como as duas faces da mesma moeda. Esse discipulado na vida comunitária e a atividade missionária se fortalecem através do encontro com Jesus na intimidade. Ao chamar os seus para que o sigam, Jesus lhes dá uma missão muito precisa: anunciar o evangelho do Reino. Todo discípulo é missionário em virtude de seu batismo e de sua vocação batismal, e todos os fiéis são chamados a ser discípulos e missionários de Jesus Cristo e a entrar na comunhão trinitária na Igreja. Na Igreja realiza-se a forma própria e específica de viver a santidade batismal a serviço de Reino de Deus, que não depende de grandes programas e estruturas, mas de discípulos de Jesus Cristo e missionários de seu Reino, protagonistas de uma vida nova. A comunhão trinitária tem seu ponto alto na Eucaristia, que é princípio e projeto da missão do cristão. A Eucaristia é o alimento substancial dos discípulos e missionários. A vocação dos discípulos missionários tem uma expressão sacramental. O Vaticano II mostrou o lugar e a função da liturgia no seguimento de Cristo e na ação missionária dos cristãos.

Como transformar o ser missionário dos membros em agir de discípulos missionários? O discipulado missionário é a existência normal e ordinária do batizado em todos os extratos, ambientes e atividades sociais; envolve o bispo e a diocese, o pároco e a paróquia, o diácono e o leigo, os consagrados e as consagradas. Precisamos repensar profundamente a missão nas novas circunstâncias latino-americana e mundiais e revitalizar nosso modo de ser católico, intensificar nossa resposta de fé. Somos discípulos missionários sem fronteiras. Assumimos o compromisso de aprofundar e enriquecer todas as razões e motivações que permitam converter cada cristão em discípulo missionário.

Para isso, espera-se da Igreja capacidade para promover e formar discípulos e missionários que respondam á vocação recebida e comuniquem por toda parte, transbordando de gratidão e alegria, o dom de encontro com Jesus Cristo. Esse encontro se realiza na fé recebida e vivida na Igreja, na Sagrada Escritura, na Eucaristia, no sacramento da reconciliação, na oração, na comunidade e nos pobres. Maria é a imagem perfeita da discípula missionária e formadora de missionários. Incontáveis são as comunidades que encontraram nela a inspiração mais próxima para aprenderem como ser discípulos e missionários de Jesus. Ela ensina-nos o primado as escuta da Palavra na vida do discípulo e missionário. Muitas páginas o DA dedica á formação dos discípulos missionários, em muitas passagens inspiradas nos processos formativos do Caminho Neocatecumental. Mas a realidade pastoral é mais complexa que as circunscrições espirituais de um movimento que, muitas vezes, está ainda sob o impacto de sua fundação carismática.

O discípulo missionário não deve levar em conta apenas a realidade. Sua formação acontece na realidade, onde ele aprende, a partir de sua fé e da razão, a olhar a realidade com sentido crítico; aprende a discernir os sinais dos tempos e a agir. Através da opção pelos pobres, vai acontecer uma conversão pastoral que faz os discípulos missionários descobrirem novos caminhos pastorais, novos serviços e mistérios a favor da vida na sociedade e na Igreja, anunciando o Evangelho da vida e da solidariedade.