Sobreviventes
do vírus ou da crise?
Sobreviventes
econômicos ou emocionais?
Quem
vai sobreviver?
Por
quem lutam para sobreviver?
Pra
que sobreviver?
Sobreviventes.
Quem
será mais rico ou mais prestigiado?
O
de posses ainda numerosas ou pessoa de posse das faculdades emocionais ou
mentais?
Quantas
baixas tivemos, teremos ou temos? Se contam o número dos corpos caídos, mas se
esquece de contar os corpos andantes.
Sobreviventes.
Quem
vai sobreviver?
Como
vamos sobreviver?
Haverá
vida pra ser sobrevivida?
Quantas
carcaças teremos que suportar, além da nossa?
Carcaça,
o morto andante ainda não encontrou a dignidade de um caixão.
Depois
que a tormenta passar o que terei de mais ou de menos, (que seja de mais)?
A
indigência não está na falta de posse, mas na imposse de si mesmo.
O
que vamos permitir que nos tirem, e o que por direito roubaremos daquilo que
nos oprime?
O
que serei depois da tormenta, do caos? Serei parte do caos, mas não serei o
caos.
Serei
o fragmento que foge ou se encontra em outro lugar, pra tentar se organizar.
O
que terei depois da tormenta, do caos?
Pouco ou muito, depende não do que tive, mas do que guardei dentro,
dentro, bem dentro.
O
que farei depois da tormenta, do caos? ... sabe se lá. Se não estiver
conformado ao caos, não importa o que farei, mas como farei.
Frases
talvez sem nexo, mas, quem na verdade está com sua psique, sua razão, emoção em
perfeito estado? Quem? Que se apresente. Não esteja ausente.
Nisso
tudo uma única e tímida vontade. Achar aquela cambaleante e também, tímida
esperança.
Esperança,
de que o amanhã será mais presente que o hoje.
Por: Ir. Cida Lima, MSF