segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

COROA DO ADVENTO - 4ª VELA

 


CELEBRAÇÃO PARA A QUARTA SEMANA DO ADVENTO

 

Dir.: Iniciemos nossa celebração, rezando juntos:

T. (Todos): Trindade Amada, vós sois a fonte da vida. Em vosso coração de Pai carregais todos os vossos filhos e filhas. Filho Jesus, pela vossa Encarnação viestes experienciar nossa vida humana, finita, fazendo-vos tão próximo e um de nós. Espírito Santo, vós nos apontais o caminho de Jesus para vivermos a unidade na diferença com todas as pessoas.

A: Estamos reunidos em vosso nome, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
T.: Amém, assim seja.

Dir.: Pela quarta vez nos encontramos para juntos nos prepararmos para receber o Messias, Jesus Cristo. Em frente do presépio vemos quatro velas, três das quais já foram acesas. A primeira vela, acesa na primeira semana, nos lembra aquela luzinha da promessa divina que no Profeta Isaías encontrou um eco forte e esperançoso: “Vinde, Senhor, abra-se a terra e germine o Salvador”. A segunda vela acesa na segunda semana nos lembra como João Batista nos exortou e admoesta a prepararmos o caminho para a vinda do Senhor. A terceira vela acesa na terceira semana nos lembra a Virgem Maria que teve um Advento tão sagrado como jamais houve. E hoje vamos refletir sobre a possibilidade de nos encontrar com o nosso Salvador.

L1: Ouçamos a história de um homem que esperava pela vinda de Cristo. Essa história poderia ser a de qualquer um de nós: de Maria, de Mário, de Isabel, de Francisco, de Tiago, de Antônio. Entretanto, chamamos o personagem pelo nome de Geraldo.

 

L2: Geraldo era um homem que vivia sozinho, isolado de todo o mundo, ou melhor, ele se isolava de si mesmo fechando o seu coração. Talvez por causa disso vivia insatisfeito. Ele achava a vida escura, sem graça.

L3: Um belo dia, era por ocasião de Natal, Geraldo teve um sonho no qual ouviu o seguinte: “Geraldo, amanhã você receberá a visita do Menino Jesus”.

L1: Geraldo levantou-se bem cedo, arrumou a casa, matou um frango, preparou um almoço bem gostoso, vestiu a melhor roupa que tinha e começou a esperar.

L2: De repente ouviu passarinhos e uma leve batida na porta.

L3: Geraldo apressou-se em abri-la e... era um menino qualquer pedindo um copo de água.

L1: Geraldo ficou zangado, queria mandar o menino embora, dizendo que não tinha água, mas acabou servindo ao menino.

L2: Passou certo tempo e novamente alguém bateu à porta.

L3: Era uma senhora idosa que morava meia légua distante.

L1: “Senhor Geraldo, me desculpe, mas chegou visita em minha casa; acontece que acabou meu feijão e açúcar; será que o senhor poderia emprestar um pouco dos dois?”.

L2: Geraldo já meio impaciente, virou as costas e resmungando, porém sem jeito, deu o que a senhora tinha pedido.

L3: Depois que ela saiu começou a chover. Primeiramente devagar, depois mais forte, era um verdadeiro temporal. O tempo passava; a mesa estava posta, a comida prontinha, mas nada do Menino Jesus.

L1: Ele ouviu um barulho dum carro. Passaram-se cinco minutos. Alguém abriu o portão: “O de casa”.

L2: Geraldo abriu a porta. “Boa noite, disse o homem, o meu carro atolou; por favor, queira me ajudar um momento”.

L3: Sumamente incomodado, Geraldo seguiu o homem pela chuva, arregaçou as mangas e pôs-se a ajudá-lo.

L1: Depois de meia hora, conseguiram tirar o carro, mas lá se foi a roupa bonita de Geraldo, molhada pela chuva e suor, toda cheia de lama.

L2: Nesta altura Geraldo convidou o homem a entrar, a fim de lavar as mãos; e uma vez dentro, vendo o frango assado e cansado de esperar pelo tal Menino Jesus, sentou-se à mesa e repartiu a refeição com o homem.

L3: Já era tarde, quando o homem se foi. Gerado ficou só, desanimado e decepcionado com o sonho. No entanto, ele precisava desabafar-se, soltar as mágoas e por isso ajoelhado, cobrindo o seu rosto com as grandes mãos, começou a pensar e a refletir sobre o sonho.

Dir.: E então, no silêncio da noite, Geraldo fez a maior descoberta de sua vida. Era como se ele ouvisse uma voz que dizia:

L1: Geraldo, hoje você me recebeu três vezes. Aquele menino pedindo água, aquela senhora à qual você deu feijão e açúcar, aquele senhor que você ajudou, era Eu. Pois lembre-se da minha palavra:

T.: Todas as vezes que fizestes um benefício a um dos meus irmãos pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes.

L2: Um estranho calor invadiu o coração de Geraldo; ele inclinou o rosto sobre a mesa. Sentiu-e leve; parecia que uma luz o envolvia; e então com voz tremula e emoção balbuciou:

T.: Obrigado, Senhor, muito obrigado pela vossa vinda.

L3: Eis a história de Geraldo que pode também ser a de cada um de nós aqui presente. A mensagem é que Cristo se encarna e quer identificar-se com o próximo nosso irmão, nossa irmã.

Dir.: Acendamos a quarta vela (branca). Que a luminosidade dessas velas nos abra os olhos para enxergarmos no próximo a pessoa de Cristo.

Canto: Que coroa é essa? Pra que rei será? (bis) é a coroa do Messias, é pro Filho de Maria! (bis).

Aclamai, aclamai, aclamai a virgem, que mãe há de ser! Ele vem, ele vem, ele vem, de Maria a Luz vai nascer! (bis)

T. O amor de Deus tornou-se visível, tangível, palpável em um corpo humano, em um coração humano, na pessoa de Jesus de Nazaré. Deus se faz homem para que os seres humanos se confraternizem pelo amor. Em Jesus Cristo, revelaram-se os primórdios da bondade. Nele, Deus escolheu o ser humano e o colocou no centro da história. Em Jesus, Deus colocou-se ao lado dos pobres, fracos e marginalizados. Nele, o amor de Deus se fez o humano.  (Phil Bosmans)

L1: É tão fácil dizer que amamos a Deus; mas nosso comportamento nem sempre dá testemunho.

L2: São João fala: “Se alguém disser que ama a Deus, mas odeia seu irmão a quem vê, é incapaz de amar a Deus, que não vê”.

T.: Senhor, dai-nos a consciência de que formamos uma só grande família de amor e de paz. Senhor, nós desejamos que o vosso reino progrida.

L3: Sim, o reino está em pleno desenvolvimento e atingirá a sua plenitude somente, quando Cristo voltar pela segunda vez para julgar a todos.

T.: E o critério do julgamento será o amor, a pergunta “Quanto você amou?” Pois então Cristo, sentado no seu trono, dirá aos justos:

Dir.: “Vinde, benditos de meu pai, tomai posse do reino, porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me deste de beber; era peregrino e me acolhestes; nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim. Então os justos perguntar-lhe-ão: (Mt 25,34ss).

T.: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Com sede, e te demos de beber? Quando foi que te vimos peregrino, e te acolhemos? Nu, e te vestimos? Quando foi que te vimos enfermo ou na prisão e te fomos visitar?

L1: Responderá o Rei:

Dir.: Todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos foi a mim que o fizestes.

T.: Senhor, vinde. Venha a nós o vosso reino. Amolecei os nossos corações endurecidos. Abri os nossos olhos endurecidos. Abri os nossos olhos para com nossos irmãos necessitados. Aumentai em nós o respeito para com a pessoa humana, a fim de que enxerguemos nela um reflexo e imagem da vossa pessoa. Vinde, Senhor, vinde.

 

Canto final: Noite feliz, Noite feliz! Oh, Senhor, Deus de amor, pobrezinho nasceu em Belém. Eis na Lapa Jesus nosso bem. Dorme em paz, oh, Jesus dorme em paz, oh, Jesus

Noite feliz! Noite feliz! Oh, Jesus, Deus da luz, quão afável é Teu coração que quiseste nascer nosso irmão e a nós todos salvar, e a nós todos salvar.

Noite feliz! Noite feliz! Eis que no ar vem cantar aos pastores os Anjos do Céus anunciando a chegada de Deus de Jesus Salvador, de Jesus Salvador