ADORAÇÃO AO SANTÍSSIMO
Anim.:
No Brasil, como em vários países do mundo,
esta semana antes de Pentecostes é consagrada à oração pela unidade dos
cristãos. A divisão dos cristãos em tantas Igrejas é, nos lembra o Concílio
Vaticano II, contrária à vontade de Jesus. É também um contratestemunho para o
mundo já dividido, e é um obstáculo à missão. Oremos ao Pai para que os discípulos
de Jesus sejam um, a fim de que o mundo creia.
T: “Acaso Cristo está dividido?” (1Cor 1,1-17).
I – Abertura
Estes lábios meus, vem abrir,
Senhor, (bis) Cante esta minha boca, sempre o teu louvor!(bis)
O Senhor Jesus aos
céus se elevou, (bis) De quem nos oprimia o poder quebrou! (bis)
Aleluia, Cristo é o
Senhor da glória. (bis) Com hinos celebramos uma tal vitória! (bis)
Ao Senhor louvemos,
pois ele é bondoso. (bis) Cantemos tua força, ó Deus poderoso! (bis)
Sempre, ó Deus, ao
povo deste o teu perdão(bis). Assim, tu nos visitas com tua salvação. (bis)
Dos recantos todos,
vem juntar teu povo; (bis) Teus filhos, tuas filhas, congregar de novo! (bis)
Glória ao Pai e ao Filho
e ao Santo Espírito. (bis) Glória a Trindade Santa, glória ao Deus bendito! (bis)
Aleluia, irmãs, aleluia, irmãos. (bis) Cristo é nossa Páscoa, a Deus louvação! (bis)
II – Exposição do Santíssimo: É Teu esse momento de adoração/ Não
tenho nem palavras pra me expressar / No brilho dessa luz que vem do teu olhar
/ Encontro meu abrigo, meu lugar/ E quando estamos juntos entre nós está/
Passando em nosso meio a nos abençoar/ E tocas com ternura com a tua mão/ A
cada um que abre o coração/ Minhas mãos se elevam, minha voz te louva/ O
meu ser se alegra, quando estou em tua presença, Senhor.
(silêncio – oração pessoal)
Anim.: Vinde, Espírito Santo e enviai-nos do alto do céu,
um raio da vossa luz! T: Vinde,
Pai dos pobres, vinde, fonte de todos os dons, vinde, luz dos corações!
L: Consolador magnífico! Doce hóspede da alma! Doce
reconforto! T: Sois repouso para
o nosso trabalho, calmante para as nossas paixões, lenitivo para as nossas
lágrimas!
L: Ó luz da felicidade, inundai plenamente os corações
dos vossos fiéis! T: Sem o vosso auxílio,
nada pode o homem, nada produz de bom!
L: Lavai as nossas
manchas! Banhai a nossa aridez! Sarai as nossas feridas! T: Dobrai a nossa dureza! Aquecei a nossa
fraqueza! Retificai os nossos erros!
L: Dai aos vossos
fiéis, que em vós confiam, os sete dons sagrados! T: Dai-nos o mérito da virtude! Dai-nos o
troféu da salvação! Dai-nos a alegria eterna! Amém! Aleluia!
III – O Espírito Santo no seio da Santíssima
Trindade
Anim.: Deus é um só, mas tem três modos de ser, de
existir. Da única essência, da única natureza divina, participam
três pessoas divinas. Essas pessoas são absolutamente iguais quanto à
natureza, à essência, quanto à onipotência e à santidade, mas são distintas,
pois que uma não é a outra e inclusive se manifestam conjuntamente a nós
(no batismo de Jesus, por exemplo). “Aquele que é o Pai não é o Filho, e aquele
que é o Filho não é o Pai, nem o Espírito Santo é aquele que é o Pai ou o
Filho” (XI Concílio de Toledo, 675, DS 530). Além disso, podemos falar apropriadamente
de diferentes missões divinas (processões): uma é a missão do Filho, e
outra é a missão do Espírito Santo- ainda que, sempre quando age, Deus age
trinitariamente.
L: A isso chamamos de Mistério da Santíssima Trindade. E mistério é sempre
mistério; se o compreendêssemos em totalidade, não seria mistério. Mas às vezes
dá-se-nos a impressão de que alguns mistérios são “mais misteriosos” que
outros. Este da Santíssima Trindade, por exemplo. Realmente, não é nada fácil,
dentro da lógica humana, aceitar, sem uma certa inquietude, a realidade de três
pessoas num só Deus.
L: As três pessoas
divinas, por si, já são um mistério. Das três, porém, a mais “misteriosa” é, por
assim dizer, a pessoa do Espírito Santo. Porque Ele não tem um rosto (como o
Cristo), não tem uma imagem (como a que fazemos do Pai), não tem um “sinônimo”
a que possamos nos agarrar.
L: De fato, o Espírito veio até nós de modo misterioso, sutil, “interior”.
E não há nenhum mal em termos mais dificuldades em entendê-Lo. O que não
podemos permitir é que, diante desta maior dificuldade em compreendê-Lo, acabamos
por rejeitá-Lo a um segundo plano em nossa espiritualidade, deixando-O “de
lado” em nossas orações, em nossa devoção, em nosso relacionamento com a
Trindade.
L: Só ousamos falar desse mistério - coisa que jamais descobriríamos por
nós mesmos - porque Deus tomou a iniciativa em revelá-lo a nós, e, pacientemente,
através dos séculos, foi gradativamente partilhando conosco a Sua própria vida
íntima e misteriosa. E se Deus se revelou em três pessoas, é porque é da
vontade d’Ele que nós O conheçamos e O amemos em suas três maneiras de ser.
Pois quanto mais o conhecermos, mais O amaremos e compreenderemos Seu plano
amoroso e suas intenções para nossas vidas...
Oração (todas): Olha,
Senhor, tua família aqui reunida. Que o Espírito Santo nos ilumine e nos ensine
a verdade completa da tua revelação. Dá-nos a unidade de todos os discípulos e
discípulas de Jesus, como ele desejou. Pedimos isso em nome de Jesus, nosso
Senhor. Amém!
(silêncio – oração pessoal)
Canto: Todo joelho se dobrará/ E toda língua proclamará/
Que Jesus Cristo é o Senhor/ Todo joelho se dobrará/ E toda língua proclamará/
Que Jesus Cristo é o Senhor
Nada poderá me abalar/ Nada poderá me derrotar/ Pois
minha força e vitória/Tem um nome/ É Jesus (bis)
Quero viver tua palavra/ Quero ser cheio do teu
espírito/ Mas só te peço, livra-me do mal/ Quero viver tua palavra/ Quero ser
cheio do teu espírito/ Mas só te peço, livra-me do mal.
IV – Liturgia do dia –
silêncio – partilha
V – Capacitados para Servir
Anim.: Pentecostes é uma graça constitutiva - “que faz
parte” - do grande mistério pascal, pelo qual o Filho - o Verbo de Deus
encarnado - obteve para nós a remissão de nossas faltas e a garantia de
participação na vida eterna, na comunhão com a Trindade Santa, Deus tem um
propósito especial e muito definido ao nos dar o seu Espírito Santo:
tornar possível a continuidade da graça da salvação para todas as gerações que
se sucedem à morte e ressurreição de Cristo (cf. DIM, 1; DeV, 22 e 67).
L: “Recebereis o poder do Espírito Santo e então sereis minhas
testemunhas [...] até os confins do mundo”, nos esclarecia Jesus (cf. At 1,8).
“Assim como o Pai me enviou, assim estou enviando vocês [...]: recebam (para
isso) o Espírito Santo! E o que vocês perdoarem, estará perdoado (cf. Jo 20,
21-23). O Espírito, pois, nos é dado não apenas como “penhor da nossa herança”
eterna (cf. Ef 1, 13-14; Gl 4, 6-7, Ti 3, 5-7), mas também para que posamos testemunhar
a respeito da obra de Jesus (cf. Jo 15,26-27). “... é missão do Espírito
Santo também o transformar discípulos em testemunhas de Cristo”
conforme nos recorda João Paulo II, em sua Encíclica Catechese Tradendae,
n. 72.
L: O Catecismo da Igreja católica (n.683) nos diz que “sem o
Espírito não é possível ver o Filho de Deus, e sem o Filho, ninguém pode aproximar-se
do Pai, pois o conhecimento do Pai é o Filho, e o conhecimento do Filho de Deus
se faz pelo Espírito Santo.” E Paulo VI, em sua Encíclica Evangelli
Nuntiandi, n.75, nos ensina que “nunca será possível haver evangelização
sem a ação do Espírito Santo [...] Ele é aquele que, hoje ainda, como nos inícios
da Igreja, age em cada um dos evangelizadores que se deixa possuir e conduzir
por ele, e põe na sua boca as palavras que ele sozinho não poderia encontrar,
ao mesmo tempo que predispõe a alma daqueles que escutam, a fim de a tornar
aberta e acolhedora para a Boa Nova e para o reino anunciado”.
L: Desde os primórdios da evangelização, Paulo ressaltava: “O nosso
Evangelho vos foi pregado não somente por palavra, mas também com poder, com o
Espírito Santo e com plena convicção. Sabeis o que temos sido entre vós para a
vossa salvação” (1Tes 1, 5). E mais: “Também eu, quando fui ter convosco,
irmãos, não fui com o prestígio da eloquência nem da sabedoria anunciar-vos o
testemunho de Deus. Julguei não dever saber coisa alguma entre vós, senão Jesus
Cristo, e Jesus Cristo crucificado. Eu me apresentei em vosso meio num estado
de fraqueza, de desassossego e de temor. A minha palavra e a minha pregação
longe estavam da eloquência persuasiva da sabedoria; eram, antes, uma demonstração
do Espírito e do poder divino, para que vossa fé não se baseasse na sabedoria
dos homens, mas no poder de Deus” (1Cor 2,1-5).
L: O Concílio Vaticano II, em seu documento sobre o apostolado dos leigos
(Decreto Apostolican Actuositatem, n. 3), advertia: “Impõe-se pois a
todos o dever luminoso de colaborar para que a mensagem divina da salvação seja
conhecida e acolhida por todos os homens em toda a parte. Para exercerem tal
apostolado, o Espírito Santo - que opera a santificação do povo de Deus por
meio do ministério e dos sacramentos - confere ainda dons peculiares aos fiéis
(cf. 1Cor 12,7), “distribuindo-os a todos, um por um, conforme quer” (1 Cor 12,
11), de maneira que “cada qual, segundo a graça que recebeu, também a ponha a
serviço de outrem” e sejam eles próprios “como bons dispensadores da graça
multiforme de Deus” (1 Pd 4, 10), “para a edificação de todo o corpo na
caridade” (cf. Ef 4,16).
L: A obra da Salvação é uma obra de Deus. E para realizar e cooperar com a
obra de Deus, precisamos do poder de Deus, conforme nos foi prometido e dado
(At 1,8). Assim como é louvável buscarmos o mais frequentemente possível a
comunhão com o Senhor na Eucaristia, de igual modo é salutar pedirmos ao Senhor
que nos sature constantemente com seu Espírito, capacitando-nos adequadamente
para a missão. Abrir-se, pois, ao Espírito Santo e aos seus dons e carismas é a
forma concreta de nos deixarmos interpelar por Sua Palavra e respondermos com
fé e generosidade ao chamado que Deus, privilegiadamente, nos fez em Jesus
Cristo, pelo Espírito!
ORAÇÃO PARA PEDIR OS DONS DO ESPÍRITO SANTO: Vinde Espírito Santo / E dai-nos o Dom da Sabedoria/ Para que possamos avaliar todas as coisas à
luz do Evangelho/E ler nos acontecimentos da vida os projetos de amor do Pai/ Dai-nos o
Entendimento/ Uma compreensão mais profunda da verdade/ A
fim de anunciar a salvação com maior firmeza e convicção / Dai-nos o Dom do
Conselho /Que ilumina a nossa
vida / E orientai a nossa ação segundo vossa Divina Providência / Dai-nos o Dom da Fortaleza /Sustentai-nos
no meio de tantas dificuldades / Com vossa coragem para que possamos
anunciar o Evangelho / Dai-nos o Dom da Ciência / Para distinguir o Único Necessário/ Das
coisas meramente importantes/ Dai-nos Piedade/Para reanimar sempre mais nossa
íntima comunhão convosco/ E, finalmente, dai-nos vosso santo
Temor/ Para que, conscientes de nossas fragilidades, /Reconhecermos
a força da vossa graça./ Vinde Espírito Santo/ E dai-nos um novo
coração. Amém. (Inspirada na Carta de João Paulo II aos sacerdotes do mundo inteiro por
ocasião da quinta-feira santa de 1998).
(silêncio – oração pessoal)
VI – RITO DE COMUNHÃO (opcional)
VII - BÊNÇÃO DO SANTÍSSIMO
DESPEDIDA
1. Vem com teu saber iluminar o meu
caminho,/ vem qual sol e luz, trazendo o dia com carinho;/ vem abrir espaço de
amor pra nossa gente,/ que faz da paz a mais forte corrente.
Refrão: Que tua luz venha acender
de amor e graça os corações,/ irradiando esperança às multidões;/ vem fecundar
hoje a nossa procura/ e espalhar no sonho e a ternura.
2. Traz compreensão que nos ajuda a
entender,/ para que Tua Palavra seja luz do viver;/ faz que o amor possa nossa
vida alimentar,/ e a justiça venha em nós habitar!
3. Vem trazer ciência que contrói a
humanidade./ Vem, contrói em nós o sonho de fraternidade;/ vem, liberta o povo
de qualquer dominação,/ pra livre, assim proclamar libertação.
4. Sê no mar da vida a fortaleza da
ternura,/ vem, ampara os fracos no aconhego e candura;/ Sê toda razão que move
o homem pra ser bom,/ e faz de nós uma entrega, um Dom!
VII – Oração Final
T: Espírito Santo, que conduziste os profetas por
desertos de areia ou pela amplidão dos mares.
L: Sopra sobre nossos olhos, a fim de que, por toda
parte, saibamos ver a Trindade Santa.
L: Sopra sobre nossos lábios, a fim de que digamos e
cantemos a Verdade de que liberta.
L: Abre nossos corações à beleza do mundo, ao alegre esplendor das formas sensíveis.
T: Para que todos os nossos encontros sejam sempre
louvores a Deus e motivados pelo amor. E todas as criaturas constituam oportunidades
que nos levem ao Criador. Amém