Equipe do Serviço de Animação Vocacional Irmãs Missionárias da Sagrada Família |
Por Ir. Vanessa P. S. Silva
Um dos significados para
Espiritualidade que eu encontrei e que me chamou mais atenção foi o seguinte: “espiritualidade
é o cultivo de nossa vida espiritual, a vida do espírito em nosso espírito”.
Segundo o Frei Clodovis Boff em um encontro com a Vida Consagrada: “A
espiritualidade é o oxigênio da Igreja se isso vale para toda a Igreja, vale
muito mais para a Vida Consagrada”. A espiritualidade é uma experiência intima
com Deus e essa experiência se dá através da oração.
São Carlos Borromeu, dizia em
uma de suas cartas no século XVI: “Se a fagulha do amor de Deus se acendeu no
teu coração, cuida dela porque pode se apagar”. Pois somos frágeis, só através
da oração, do sobro do Espírito de Deus em nós somos capazes de ir a diante
enfrentando todas as dificuldades que encontramos pela vida e a oração nos
ajuda a cultivar essa espiritualidade. Um caminho verdadeiro de
espiritualidade, certamente, é tornar Cristo presente em nosso dia a dia
através de nossa vida, de nossa ação, de nosso trabalho. A oração pessoal, que
consegue tornar-se ação concreta.
Falando de oração Madre Mary
Marcelline, fundadora do Instituto das Irmãs Missionárias da Sagrada Família do
qual faço parte, deixa em uma de suas cartas a seguinte indicação a respeito da
oração: “Nosso dia pode ser uma oração contínua quando ficamos unidas a
Jesus, mesmo durante os momentos quando as coisas nos deixam inquietas. A
oração contínua nos ajuda a aceitar o que as vezes não podemos evitar nem
corrigir!” Em outro trecho de suas cartas à suas Irmãs, Madre Mary
Marcelline insiste em dizer: “Sem oração a vida é vazia. Temos de rezar
muito para que o Espírito Santo desça sobre nós e dê a coragem necessária para
viver bem a nossa Vocação.”
Para uma espiritualidade firme e concreta a Vida
Religiosa vem recorrendo cada vez mais a volta as raízes, voltar e beber da
fonte de seus fundadores e fundadoras. Revendo suas memorias, escritos, sua
maneira de viver e suas experiências com o Cristo. Nossos fundadores e
fundadoras é que com seu jeito de ser, forte e decidido tem nos ensinado o
caminho de uma espiritualidade encarnada, da oração cada vez mais centrada em
Jesus.
No documento Partir de Cristo
traz para nós na sua 3ª parte o seguinte: “ A vida consagrada, como qualquer forma de vida cristã, é
dinâmica por natureza e todos quantos são chamados pelo Espírito a abraçá-la
precisam renovar-se constantemente no crescimento em direção à plena estatura
do Corpo de Cristo (cfr. Ef 4, 13). Ela nasceu pelo impulso criativo
do Espírito que moveu os fundadores e as fundadoras pela estrada do Evangelho,
suscitando uma admirável variedade de carismas. Eles, disponíveis e dóceis à
sua guia, seguiram a Cristo mais de perto. Também hoje o Espírito Santo requer
disponibilidade e docilidade à sua ação sempre nova e criativa. Só ele pode
manter constante o frescor e a autenticidade dos inícios e, ao mesmo tempo,
infundir a coragem do empreendimento e da inventiva para responder aos sinais
dos tempos.”
A Vida Consagrada é
chamada a estar no meio do povo com uma espiritualidade alegre e viva, com
entusiasmos, somos chamados a ser o resto alegre do Cristo ressuscitado no meio
do seu povo sofredor. Neste sentido o Papa Francisco nos exorta: «A alegria do Evangelho enche o coração e a vida
inteira daqueles que se encontram com Jesus. Com Jesus Cristo, nasce e renasce
sem cessar a alegria ».
Portanto para uma espiritualidade fecunda, a
Vida Consagrada deverá sempre buscar estar apoiada na pessoa de Jesus através
de sua oração pessoal, na vida de seus fundadores e fundadoras, para que nossa
Missão sempre genuína e autêntica.
“A vocação religiosa é uma dádiva que Jesus deu a
cada um/uma. Deus chama, mas nós devemos cooperar com esse chamado, sendo fiéis
e perseverantes.” (Madre Mary Marcelline).
Bibliografia
1.
Alegrai-vos – Carta circular aos Consagrados e
Consagradas
2.
“Que espiritualidade é capaz de sustentar á
vocação?” – Pe. Manuel Eduardo Iglesias. Revista Convergência 478, JAN/FEV 2015
3.
Cartas de Madre Mary Marcelline – Irmãs
Missionárias da Sagrada Família
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